Thursday, October 26, 2006

O FILOSÓFO DUÑESCO FALA À PROVÍNCIA CREPUSCULAR

Por Lauro Augusto Bittencourt Borges

Há tempos, mais de ano, este escriba labuta por uma entrevista com o grande —e quase inacessível— Mestre Duña, o sábio multicultural, o navegante-mor de todas as áreas do conhecimento humano. Nas esquinas crepusculares, fuçando aqui e acolá, consegui apurar que Marcelo Sguassábia, “carpinteiro” do marketing e boa pena lá do 2º Caderno, é íntimo do Mestre. Tão íntimo que convenceu o filósofo duñesco a bater um pingue-pongue rápido com O MUNICIPIO. Através do “carpinteiro”, ele assim assentiu com o pedido do bate-papo: "Se é para o bem de todos e felicidade geral dos sem-noção, diga ao Lauro que concedo a entrevista".

Mestre, além de seda pura e alfinetadas, o Parlamento brazuca vai ganhar o que com a eleição do Clodovil?

Ganhará um ser bufante: bufa, bufa, bufa e não arregaça as mangas. Todavia, Clô deverá apresentar boas emendas, já que é profissional da costura.

Num eventual segundo mandato, o presidente Lula vai manter os fundamentos sóbrios da política econômica ou vai soltar a franga num “pacotaço” para aterrorizar a “zelite”?

É praticamente certo que soltará a franga —e franga das boas, com apito termométrico que avisa quando fica pronta. O referido “pacotaço” aterrorizará não somente a “zelite”, mas sobretudo a “Celite”, pois será uma verdadeira m..., se é que me entende.

Entendo, Mestre, entendo. Mas continuando, José Serra é um notívago que tem a fama de acordar assessores durante a madrugada para falar de trabalho. Pensando na saúde dos adjuntos, como fazer para que o governador eleito durma pesado da meia-noite às sete da manhã?

Simples: basta que ele ligue, já acomodado no leito, um Geraldo Walkman com fone de ouvido e músicas new-age. Minha gravadora, a Duña Records, coloca desde já o seu catálogo à disposição do insone governador.

O churrasqueiro do presidente Lula o colocou um maus lençóis com o caso do dossiê. É sabido que o cara tem nome de chuveiro —Lorenzetti. Nas suas acuradas pesquisas, o senhor detectou uma propensão maior para o crime em churrasqueiros que têm nome de chuveiro? Vide também o escândalo “Romualdo Corona”, churrasqueador da tucanada crepuscular, acusado de desvio de toneladas de macaúba e que, por isso, quase derrubou o prefeito Teixeirinha, a quem assessorava em assuntos macaúbicos e afins.

Admitir a citada propensão tão somente pelos exemplos de Lorenzetti e de Corona seria atitude inFAME. Quanto aos desvios de macaúba, os autos dão conta de que o homem-chuveiro levava voltagem nas transações, avaliadas em 110 e superfaturadas por 220.

Mestre Duña, ouvi falar do seu apreço por esta província crepuscular. Corre um boato que o senhor veraneia às margens do Jaguari e que até já freqüentou como visitante a Seita da Macaúba Alucinógena. Essas informações procedem, venerado Mestre?

Esses paparazzi não dão folga, já descobriram a versão crepuscular do meu Oráculo... Na verdade, revezo entre duas propriedades que mantenho na região —um pesqueiro às margens do Jaguari e uma chácara no Bairro Alegre. Para despistar a equipe da Revista “Duñas”, só vou pra Sanja disfarçado de Marcelo Sguassábia, já que aí ninguém conhece ele mesmo. Freqüento com assiduidade a Seita da Macaúba Alucinógena, na condição de aspirante ao noviciado, e devo ao gosmento xarope minha sempre acurada lucidez.

PS 1: Mestre Duña (pronuncia-se Duña), introduziu a filosofia duñesca em solo brasileiro, é Marcelo Pirajá Sguassábia nas horas vagas e fará dobradinha com o Bartazá nas próximas eleições. Duña Neis!

PS 2: Este escriba é grato ao Marcelo pelo esforço de reportagem. Captar as palavras do Mestre é tarefa hercúlea. Valeu a tabelinha, amigo, “carpinteiro” da propaganda e do bom vernáculo.