Sunday, October 29, 2006

APARTAMENTO 607

Naquele cubículo eu a amei mais do que seria o bastante a dois mamíferos normais. Ou mais do que seria conveniente aos olhos e ouvidos dos vizinhos.

- Essa penugenzinha mais espessa caminhando pro seu umbigo, olha só.
- Ah, seu bobo. Cada uma...

Viro pro outro lado e dou com o peixe em zigue-zague ali no aquário, assustadinho. A falta de gravidade, zumbe a bomba de ar, há um verde musgo nos cascalhos e o reflexo da gente distorcido no vidro.

Quero que a tarde plane sobre a pólis desse jeito, com a tv ligada e nos ligando por um zonzo abandono de afazeres. Além do mais, há quase um tudo nesse nada, e é um estrondo a brisa leve nas avencas. Que mais a gente pode desejar, a não ser o dilatamento do tempo governando o espaço nosso?

- Alguém acendeu um aqui perto, sente o cheiro.
- Cheiro é o seu, meu bem.

Cheiro é o dela. Estrógeno concentrado nos cabelos fininhos da nuca. A falta que você fez enquanto hoje não chegava, se soubesse. Se soubesse se arrancava de onde estava e se atirava sem vergonha sobre mim, antes do prazo combinado e dos procedimentos cumpridos.

Os dentes todos, brancos e seus, rompendo a carne da maçã. Que bom é assim, vendo você sem que se saiba sendo vista. O lençol se espraia em ondas pela cama. Florzinhas, detalhes, coisas de mulher que põe sentimento no cio. Há uma batalha em andamento nesses três metros por quatro, sem vencedor nem vencido, só a disputa e a conquista do território do outro. Estar dentro do outro lado, ser os dois lados e um só. Depois é água e bandeira branca, amor.

- Duas coisas, meu anjo: pede uma pizza e traz a manta.
- Sim senhora. E eu, também estou no pedido?

É de perder a cabeça quando ela aciona esse riso, como se abrisse um preview do mistério de que é feita. Vinte minutos de cócegas e guerra de travesseiros. Nada muito mais sério pode rolar daí pra frente, eu sei mas finjo que não e tento falar de nós dois enquanto conto suas estrias.

- Espera aí que eu já volto, o motoqueiro tá buzinando.

Uma sirene de polícia e um alarme disparado Sua pulseira sobre a antologia de Drummond. O relógio e as chaves de casa, do carro e de nós. Trago os talheres e os pratos.

Gosto tanto do atrevimento, tão raro e tão bem-vindo. Das poucas vezes em que você se presta a me domar. É claro que a porta pode se abrir para uma procissão de camelos, mandalas de pedra podem passar razantes sobre nossas cabeças que tudo bem, nada que assuste ou afaste os olhos cravados nos olhos.

- Me ajuda aqui com o fecho do vestido.

Se ela tem mesmo que ir, que vá cheirando a mim. A saciedade é uma ilusão que dura quase 10 minutos. Tudo o que vier a acontecer será só ínterim entre sua partida e seu retorno incerto.

O que consola é você deixar pequenos vocês nos arredores. Batom no copo, cabelo no ralo. Uns rastros poucos que duram, quando muito, até amanhã. E amanhã é muito longe da outra vinda, quando aqui será o nirvana novamente.

Thursday, October 26, 2006

O FILOSÓFO DUÑESCO FALA À PROVÍNCIA CREPUSCULAR

Por Lauro Augusto Bittencourt Borges

Há tempos, mais de ano, este escriba labuta por uma entrevista com o grande —e quase inacessível— Mestre Duña, o sábio multicultural, o navegante-mor de todas as áreas do conhecimento humano. Nas esquinas crepusculares, fuçando aqui e acolá, consegui apurar que Marcelo Sguassábia, “carpinteiro” do marketing e boa pena lá do 2º Caderno, é íntimo do Mestre. Tão íntimo que convenceu o filósofo duñesco a bater um pingue-pongue rápido com O MUNICIPIO. Através do “carpinteiro”, ele assim assentiu com o pedido do bate-papo: "Se é para o bem de todos e felicidade geral dos sem-noção, diga ao Lauro que concedo a entrevista".

Mestre, além de seda pura e alfinetadas, o Parlamento brazuca vai ganhar o que com a eleição do Clodovil?

Ganhará um ser bufante: bufa, bufa, bufa e não arregaça as mangas. Todavia, Clô deverá apresentar boas emendas, já que é profissional da costura.

Num eventual segundo mandato, o presidente Lula vai manter os fundamentos sóbrios da política econômica ou vai soltar a franga num “pacotaço” para aterrorizar a “zelite”?

É praticamente certo que soltará a franga —e franga das boas, com apito termométrico que avisa quando fica pronta. O referido “pacotaço” aterrorizará não somente a “zelite”, mas sobretudo a “Celite”, pois será uma verdadeira m..., se é que me entende.

Entendo, Mestre, entendo. Mas continuando, José Serra é um notívago que tem a fama de acordar assessores durante a madrugada para falar de trabalho. Pensando na saúde dos adjuntos, como fazer para que o governador eleito durma pesado da meia-noite às sete da manhã?

Simples: basta que ele ligue, já acomodado no leito, um Geraldo Walkman com fone de ouvido e músicas new-age. Minha gravadora, a Duña Records, coloca desde já o seu catálogo à disposição do insone governador.

O churrasqueiro do presidente Lula o colocou um maus lençóis com o caso do dossiê. É sabido que o cara tem nome de chuveiro —Lorenzetti. Nas suas acuradas pesquisas, o senhor detectou uma propensão maior para o crime em churrasqueiros que têm nome de chuveiro? Vide também o escândalo “Romualdo Corona”, churrasqueador da tucanada crepuscular, acusado de desvio de toneladas de macaúba e que, por isso, quase derrubou o prefeito Teixeirinha, a quem assessorava em assuntos macaúbicos e afins.

Admitir a citada propensão tão somente pelos exemplos de Lorenzetti e de Corona seria atitude inFAME. Quanto aos desvios de macaúba, os autos dão conta de que o homem-chuveiro levava voltagem nas transações, avaliadas em 110 e superfaturadas por 220.

Mestre Duña, ouvi falar do seu apreço por esta província crepuscular. Corre um boato que o senhor veraneia às margens do Jaguari e que até já freqüentou como visitante a Seita da Macaúba Alucinógena. Essas informações procedem, venerado Mestre?

Esses paparazzi não dão folga, já descobriram a versão crepuscular do meu Oráculo... Na verdade, revezo entre duas propriedades que mantenho na região —um pesqueiro às margens do Jaguari e uma chácara no Bairro Alegre. Para despistar a equipe da Revista “Duñas”, só vou pra Sanja disfarçado de Marcelo Sguassábia, já que aí ninguém conhece ele mesmo. Freqüento com assiduidade a Seita da Macaúba Alucinógena, na condição de aspirante ao noviciado, e devo ao gosmento xarope minha sempre acurada lucidez.

PS 1: Mestre Duña (pronuncia-se Duña), introduziu a filosofia duñesca em solo brasileiro, é Marcelo Pirajá Sguassábia nas horas vagas e fará dobradinha com o Bartazá nas próximas eleições. Duña Neis!

PS 2: Este escriba é grato ao Marcelo pelo esforço de reportagem. Captar as palavras do Mestre é tarefa hercúlea. Valeu a tabelinha, amigo, “carpinteiro” da propaganda e do bom vernáculo.

Sunday, October 22, 2006

A HERÓICA TRAJETÓRIA DE UM JORNAL

A um bom jornal compete informar, denunciar, ser voz e guardião dos justos anseios da comunidade. Até aí todo mundo concorda. Mas um jornal pode ter outros papéis. Bem menos nobres, é verdade, mas bastante oportunos dependendo da ocasião.

O fato é que um exemplar de jornal nem sempre tem comportamento exemplar. Não que ele se comporte mal – as pessoas é que geralmente se comportam mal com ele. E aí me refiro ao jornal como objeto de estranhas e incontáveis serventias, ou seja, ao que ele é capaz de se prestar depois de lido.

Marcador de livro, por exemplo. Prendedor de porta, tapa-goteira, embalador de copo em caminhão de mudança, aparador de vazamento de óleo no carro, tampa de panela, forro de casinha de cachorro e de gaiola de passarinho. Até pra cobrir defunto ele serve.

E que dizer daquela sua tia-avó, que faz o coitadinho de leque durante aquela visita rápida de 7 horas e meia em pleno sábado?

Acender fogo de churrasqueira é outro emprego comum. O primeiro caderno você encharca de álcool para acender o fogo. O segundo você usa para abanar o braseiro.

Alguém leva o jornal para a mesa do escritório, ao lado do telefone. Pronto. É o que basta para que o abnegado matutino ganhe indecifráveis rabiscos. Anotações de telefones, endereços de sites e e-mails, rubricas, declarações de amor e até receitas de bolo anotadas em suas margens. Há os que prefiram preencher com caneta ou lápis as letras “O” das manchetes e subtítulos, enquanto em intermináveis conversas com a namorada.

Atire a primeira pedra quem nunca usou um jornal dobrado em oito pra servir de calço de mesa. Lembro do tempo de faculdade em que morava sozinho, numa quitinete. Meu calço era um José Sarney com bigodes ainda negros, então no auge da popularidade com o redentor “Plano Cruzado”. Nunca tive alguém tão poderoso aos meus pés, me servindo gratuitamente durante anos.

E quando tem serviço de pintura em casa? O pintor chega de manhãzinha e, com ele, o aguardado jornal. Ele pede jornal velho pra forrar o chão. Velho não tem. Só o do dia, que você ainda não leu. Por eliminação, você fica com as partes das notícias, artigos, crônicas e classificados. E entrega a ele os balanços de empresas, editais de convocação, avisos de licitação e os obituários. Pronto, já dá pra ele se divertir enquanto você devora o que mais interessa. Na varanda ou no quintal, evidentemente, porque não dá pra suportar nem o cheiro da tinta nem o pagode que ele assobia.

Há de convir o leitor que é de praxe o jornal do fim de semana – ou o que restou dele – pernoitar de domingo para segunda no sofá da sala. E segunda é dia que a faxineira vem. Espana pó aqui, limpa azulejo ali e eis que o ás da piaçava vê um ser rastejante entre a copa e a cozinha. Corre pra sala, passa a mão no jornal e Paf !. Errou. Outro Paf. Quase. Mais um, uhhhh por pouco. Até que acerta na mosca, quer dizer, na barata. As vísceras da bichinha se estendem por todo o terceiro parágrafo das notas policiais. Lá vai o jornal amigo para a lixeira da lavanderia. A escala ali é de umas poucas horas para então cair no sacão preto do lixo do quintal, em meio a toda sorte de resíduos, orgânicos ou não.

No dia seguinte o jornal é recolhido, vai para reciclagem e volta para a porta da sua casa em forma de outras notícias, todas extremamente desagradáveis: os boletos de conta de água, de luz, de telefone. É quando você amaldiçoa o mandatário supremo que aparece todo dia no jornal. E sente até saudade do Sarney, estimado calço do pé da mesa.

Thursday, October 12, 2006

Monday, October 09, 2006

DELETADOR DE SAUDADE - MANUAL DO USUÁRIO

No Menu Principal do programa, escolha “Definir Saudoso”. Aparecerão na tela os modos: amigo(a), namorado(a), noivo(a), cônjuge, pai, mãe, filho(a), amante, caso, rolo e ficante. Escolha e dê Ok.

Em seguida, maximize o box “Características Físicas”. Preencha os campos Idade, Altura, Peso, Cor de pele e de cabelo, Estilo de roupa, Classe Social, Escolaridade, Convicções Ideológicas e nº do Pis/Pasep.

Vá até a janela “Sinais particulares”. Se houver algum, marque e indique a parte do corpo onde se situa: Cicatriz, Pinta, Tatuagem, Piercing, Botox e Silicone.

Escreva no editor de textos frases que a pessoa falaria com mais freqüência para você. Para que as falas tenham sotaques e inflexões personalizadas, vá até Opções, selecione Definir Modulação de Voz, escolha a mais conveniente e clique em Aplicar. De quinze em quinze minutos as frases soarão no alto-falante do computador, em ordem aleatória ou mediante programação específica. Exemplo: mãe falando “Tá na mesa!!!” ao meio-dia e às sete da noite.

Inserir final de frase. Recurso interessante, não disponível na versão 6.2 do programa. Você pode escolher entre: “Né?”, “Entendeu?” “Certo?” “Ok?”.

Ainda no editor de textos, liste uma agenda básica com os compromissos do seu dia-a-dia. Esses dados serão automaticamente transferidos aos nossos servidores. Para que fique realmente próximo em todos os seus momentos, o ente distante saltará na tela como uma janela pop-up, lembrando cada um dos afazeres programados.

A área de trabalho do computador – ícones, papel de parede e descanso de tela, também pode ficar com a cara do sumido. Além disso, o programa permite a instalação de “Oi” e “Tchau” da pessoa, quando da inicialização e do fechamento do sistema operacional.

Nosso programa enviará a você e-mails em nome do saudoso. Para que não falte assunto, é preciso preencher o menu “Áreas de Interesse”. Selecione as mais adequadas. Você pode responder aos e-mails. Só não conte com a resposta da resposta, porque aí também já é demais.

O Menu Privé é acessado mediante senha, e deve ser utilizado por usuários que mantenham ou mantinham relações carnais com o ausente. As opções vão desde “Não, hoje estou com dor de cabeça” até “Foi bom pra você?”, passando pelo indefectível “Caramba, isso nunca aconteceu comigo antes”.

Lembramos que o nosso revolucionário produto deleta a saudade através de três níveis de operação: Ar da Graça, Presença Marcante e Repulsa, sendo que o modo Repulsa possui a função de transformar a saudade em reação alérgica ao saudoso, pela superexposição de sua figura no computador do cliente.

No menu Opcionais, você encontrará as alternativas “Sachet Chulé” e “Kit Hálito”, que serão entregues em sua casa no prazo máximo de três dias úteis. O sachet é um simulador de chulé do dito cujo. Clique em Suave, Médio, Forte, Extra-Forte ou Deus-me-livre. O Kit Hálito disponibiliza as modalidades Vinagrete com alho, Vinagrete sem alho e com bastante cebola, Cachaça, Uísque 12 anos, Uísque 8 anos engarrafado aqui, Cerveja, Cigarro, Pasta de Dente, Café, Mexerica e Amendoim Japonês.

Você pode desativar temporariamente o programa ou cancelar a assinatura do serviço a qualquer tempo. Para maior segurança, mesmo que o usuário mova o saudoso para a lixeira, um clone do mesmo permanecerá oculto no HD. Para habilitá-lo, clique em “Ajuda” e selecione “Volta, vem viver outra vez ao meu lado”.

Sunday, October 01, 2006

BOBO E SUA CORTE

Já reparou como os termos “Bobo” e “Tolo” têm sinônimos? Dentre tantos, “Doidivanas” sempre me chamou a atenção. Acho que foi lendo algum romance de cavalaria ou livro de Julio Diniz que vi a palavra pela primeira vez. Recorri a um pequeno e nada confiável dicionário e encontrei lá: “Doidivanas: o mesmo que Estouvado”. Fui em “Estouvado” e li: o mesmo que Doidivanas. Ou seja, o pai dos burros me fez de bobo.

Ser bobo vai além de ser otário. Tem também o sentido de ignorante, que contempla como sinônimos uma extensa família de quadrúpedes: besta, asno, jerico, jumento, jegue e simpatizantes. Sem falar da anta e da toupeira.

Fora do reino animal, um dos meus favoritos é “Bocó”, quase um arcaísmo atualmente. Melhor ainda é “Bocó de Mola”, que sugere um upgrade na acepção original (ou um downgrade, no caso).

Igualmente em desuso está o “Monte”. Largamente empregado na zona rural de São João da Boa Vista e adjacências nos anos 70, o vocábulo com toda certeza é oriundo do sul de Minas. Não sei se continua vigindo. Monte é, basicamente, o mala de hoje. Tem o significado de empecilho, estorvo que fica no meio, atrapalhando tudo e empatando a f...

Vamos ao “Tonto”. Ele é parecido com o bobo, mas não é a mesma coisa. O bobo é menos bobo que o tonto. Historicamente o bobo tem ofício definido. Como todos sabem, era ele quem divertia os reis nas cortes medievais. O tonto, por sua vez, é um Mane-Quarqué (que me perdoem meus leitores Manoéis ou Manuéis), um “Girolas” inofensivo. Por falar em Mané, há que se mencionar aqui os derivativos “Mané-Coco” e “Mané-Jacá”, além do conhecidíssimo “Mané-Patola”, a quem algumas populações ribeirinhas denominam simplesmente de “Patola”.

Temos ainda o “Boboca”, que imagino um semi-bobo, aspirante a bobo ou algo que o valha. É mais do que um bobinho, mas é menos que um bobo 100% genuíno. Na mesma classe estão os “Parvos”, a bradarem suas parvoíces em qualquer tempo e lugar.

A letra “P” é rica em sinônimos de lesos: temos, entre outros verbetes, “Palerma”, “Paspalho” e “Pateta” – todos com sentido semelhante e QI idem.

Na letra “T”, além do tolo e da toupeira já citados, encontramos o “Tapado”. Por analogia, podemos caracterizá-lo como um surdo-mudo neurológico. Nada é capaz de permear sua couraça obtusa. Pra cantar a “Florentina” do Tiririca ele precisa olhar a letra.

Capítulo à parte merecem o “Doido de Pedra” e o “Doido Varrido”, mas não serei eu o maluco a atribuir-lhes o sentido. Só imagino um napoleão-de-hospício esculpido em mármore e um serzinho com camisa de força se debatendo entre ramos de piaçava.

O “Abestado” é tão inclassificável que nem é aceito pelo Aurélio. O insigne dicionarista o cataloga como “Abestalhado” – que particularmente considero um tanto quanto articulado para o caso. Abestado é infinitamente mais besta que abestalhado, concorda?

Muitos termos possuem a mesma raiz etimológica, mas gradientes peculiares de significado. Compare “burro” e “burraldo”. O leitor logo perceberá que o burraldo puxa a carroça com mais força. O burraldo é o burro xucro, incorrigível, que deixa o rastro das ferraduras por onde quer que passe. O burro é menos pretensioso na escala búrrica - de vez em quando é capaz de falar coisa com coisa. Muito de vez em quando, mas é.

“Babaca” e “Panaca”. Mesmo que a grosso modo não pareça, entre eles há uma notável diferença. A grafia semelhante esconde na verdade um abismo conotativo. Explico: o panaca é mais lorpa que o babaca. Panaca ri das cenas de torta na cara; já o babaca não acha mais graça nisso, não. Na escala evolutiva, está um degrau acima do panaca. O máximo que o babaca faz é chifrinho nas fotos de festa de aniversário, embora afirme aos mais chegados que já abandonou o vício.

Pouca gente se dá conta, mas “imbecil” e “idiota” não são propriamente xingos. Idiotia e imbecilidade são estados psíquicos – patologias catalogadas e estudadas pela psiquiatria moderna. Psiquiatria que já vem se debruçando sobre os “Seqüelados” e os “Sem-Noção” – neo-zuretas desse insano início de século 21.